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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Impressões brasilienses

Brasília tem cor de ferrugem.

A terra daqui é barrosa e na seca fica tudo desta cor embaixo e em cima o orgulhoso céu de brigadeiro. Por agora, os dias tem sido como eu adoro: nublados e com muitas nuvens, mas os pés cheios de barro.

O pão de queijo dá de dez no carioca! Talvez, tenha sido parte do plano de JK não apenas trazer o progresso para o interior do país mas, também, trazer as iguarias de sua terrinha. Mineiro tem demais por aqui e é um tal de trem pra lá e trem pra cá. Lojinhas de produtos mineiros são inúmeras e deliciosas. Tenho decoberto cada queijo. Ainda não criei coragem de me arriscar no doce de leite - além de ser muito calórico - para mim, o argentino é imbatível!

Nordestinos também estão em massa na capital federal e por causa deles os melhores restaurantes de seus estados têm filiais aqui. Sorte a minha que adoro a culinária rica lá de cima.

As padarias são ótimas e com uma imensa variedade de produtos. O pessoal adora tomar café da manhã na rua e com direito a tapioca.

Lojas de doces, tortas, brigadeiros, chocolates e cafés franceses são incontáveis. Ainda é um mistério para mim esse tributo ao doce por aqui. Talvez, por Brasília ser muito fresca e fria, à noite, durante o ano inteiro.

É um povo magro fisicamente e a mulherada sem grandes produções. Uma população bem sucedida, mas que não ostenta como os nossos conhecidos emergentes.

O povo é muito misturado. Um pouco de cada canto do país. Uma verdadeira lambança genética!

O sotaque é meio estranho. Um mix do nordestino com algum sotaque irreconhecível aos meus ouvidos. "Cara" não existe por aqui, mas sim: "Véio", "tô de boa", "que massa".

Parece que todos têm a mesma profissão: "servidor público". É algo que deve passar de pai pra filho: "você estuda para concurso ou estuda para concurso." Todos desejam a Dilma como chefe!

A torcida é flamenguista e a outra minoria torce para times mineiros e paulistas. Engraçado ver as crianças com roupinhas de time do sudeste.

O trânsito que eles dizem ser horrível é um sonho aos nossos olhos. Nunca mais reclamei de engarrafamentos na minha vida! Motoristas respeitam a faixa de pedestres. Ainda me sinto o máximo por atravessar na faixa e todos pararem para mim.

Os carros aqui devem vir com as buzinas no OFF. Outro dia, o sinal abriu e os dois carros da minha frente não avançaram, fiquei parada uns 2 minutos sem ouvir uma única buzinadinha, a não ser a minha. Achei super esquisito. Então, comecei a perceber que existem placas assim: "Em Brasília, não buzinamos".

Tem sempre um "mané" que anda com carro aberto e o som insuportavelmente alto. Aliás, em geral, ouvindo alguma música que eu faça cara de nojo (sou muito boa nisso). Internamente, xingo o cara mas sigo a vida sorrindo e admirando os lindos e coloridos ipês daqui.


Um comentário:

  1. Pelo visto, está se adaptando muito bem!
    Adorei o texto da candanga carioca.
    Beijos.

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