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terça-feira, 27 de abril de 2010

Solidão




A solidão é privilégio de poucos.

Definitivamente, não faz mais parte do meu mundo com duas crianças.

Sofro por não tê-la nunca.

Sinto tanta saudade do silêncio. Como me faz falta não ter com quem argumentar ou negociar. Melhor ainda é ninguém te solicitando absolutamente nada.

Desejo incessantemente duas míseras horinhas, em casa, sozinha. Só minhas. Pensando bem, a minha lista de pendências é tão grande que eu provavelmente ficaria à toa, no sofá, com o controle remoto nas mãos. Este entrou em extinção para mim.

A maternidade é bela, claro! No entanto, damos a nossa alma. Os filhos sequestram todo nosso tempo e o caminho até o crescimento deles é árduo, muitas vezes, parecendo uma eternidade. Vivemos anos de nossa curta vida sendo pais e mães. Vivemos só por eles.

Numa recente palestra ouvi que somos todos sementes de anjos. Certamente pais e mães são quase anjos! Minha vida se define em AA (antes de ser anjo) e DA (depois de ser anjo), porém não me imagino mais AA.

No final, terei a certeza que valeu muito a pena ter os meus meninos.
























quinta-feira, 15 de abril de 2010

La vie


Estou há seculos querendo organizar duas caixas de fotos. Iniciei meu contato com elas para demonstrar interesse em tirá-las dali.

Foi sofrível demais!!! Comecei a me reconhecer naquelas imagens, como eu era magérrima e sem rugas! Como pode? Tudo ainda recente demais na minha memória.
Sem dúvida, eu era mais jovem. Porém, sinto-me ainda aquela menina.

Vi fotos, também, da minha lua de mel e surpreendi-me ao ver que estamos caminhando para o "envelhecermos juntos", ora não era esse nosso desejo? Já não somos mais aqueles das fotos. Mudamos.

Ontem, tive meu primeiro filho. Hoje, já sou mãe de dois garotinhos. Não senti o tempo passar, todavia ele me presenteou com rugas, quilos extras e um certo cansaço.

Vejo-me mais madura em todos os sentidos e o mais irônico é que repito frases que minha mãe me dizia na infância. Tornei-me um pouco Ana Tereza.

A vida parece mesmo se repetir.

Obviamente, fechei a caixa por prazo indeterminado.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ilhada em casa

Essas chuvas do Rio me atingiram em cheio.

No primeiro momento, até achei bom ficar em casa e tirar um dia de folga com barulinho de chuva. Delícia!!! Segui à risca a recomendação do nosso prefeito e finquei o pé em casa. Controle remoto na mão e lágrimas caindo ao ver tanta gente perdendo suas vidas, famílias e moradias.

Quando me dei conta estava com a pia lotada de louças, a casa uma zona e a fome surgindo. Aprendi uma coisa: Por pior que seja sua empregada é sempre muito pior sem ela!!!
Tive que arregaçar as mangas e me tornar a doméstica do meu lar e obviamente com meu "patrão" apenas observando.

A chuva não cessou. A noite chegou e a surpresa da manhã de hoje: estamos ilhados! O único caminho que nos levaria à civilização virou um grande rio profundo.



Que saudades do meu trabalho. Já não aguento mais cozinhar, lavar louça e imaginar quantos dias ainda estaremos presos. Aqui não tem prova da comida, ainda. Mas se a situação permanecer assim...

Confinamento só deve ser bom quando tem 1 milhão de reais em jogo, um monte de gente sarada com festas intermináveis e sem crianças, claro!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Chocolates de Páscoa

Quem foi o guloso que associou chocolate à Páscoa? O que Jesus tem a ver com isso? Aliás, o que eu tenho com isso? Onde começou este pecado em época santificada? O fato é que as pessoas deviam ser bem magras, não tinham preocupações com colesterol, celulites e afins. Obviamente, deve ter surgido no hemisfério norte onde é mais prazeroso comer chocolates nesta época do ano do que aqui, no Brasil, onde temos que guardar os inúmeros ovos na geladeira para não serem derretidos pelo calor.

Estou eu em plena segunda feira, pós feriado, sofrendo e planejando perder cada grama excedido nesta Páscoa. Pensando bem não pequei, apenas entrei de boca aberta na tradição...

Divido com vocês um texto que conta o surgimento deste hábito "tão saudável".



O hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã. O hábito de trocar ovos de chocolate surgiu na França. Antes disso, eram usados ovos de galinha para celebrar a data.

A tradição de presentear com ovos - de verdade mesmo - é muito, muito antiga. Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era cristã já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza - lá eles têm até nome, pêssanka - em celebração à chegada da primavera.

Os chineses e os povos do Mediterrâneo também tinham como hábito dar ovos uns aos outros para comemorar a estação do ano. Para deixá-los coloridos, cozinhavam-nos com beterrabas.

Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um presente que simbolizava o início da vida. A tradição de homenagear essa estação do ano continuou durante a Idade Média entre os povos pagãos da Europa.

Eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés.

Os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus - o Concílio de Nicéia, realizado em 325, estabeleceu o culto à data. Na época, pintavam os ovos (geralmente de galinha, gansa ou codorna) com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria.

Na Inglaterra do século X, os ovos ficaram ainda mais sofisticados. O rei Eduardo I (900-924) costumava presentear a realeza e seus súditos com ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa. Não é difícil imaginar por que esse hábito não teve muito futuro.

Foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, confeiteiros franceses tivessem a idéia de fazer os ovos com chocolate - iguaria que aparecera apenas dois séculos antes na Europa, vinda da então recém-descoberta América. Surgido por volta de 1500 a.C., na região do golfo do México, o chocolate era considerado sagrado pelas civilizações Maia e Asteca. A imagem do coelho apareceu na mesma época, associada à criação por causa de sua grande prole.