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sábado, 22 de outubro de 2011

Aniversários


Adoro aniversário! Seja dos meus filhos, de casamento ou o meu. São datas que têm o poder de trazer as mais diversas sensações e emoções.

Quando são dos meus filhos, volto às imagens desde o nascimento deles e vivencio as mais profundas emoções de amor. Naqueles instantes, vejo a passagem do tempo numa velocidade como a de uma corrida de fórmula 1. Os filhos são nosso maior medidor e me alertam como a vida é breve.

No meu aniversário de casamento, também, faço um flashback para a história de nós dois e vem à tona os motivos d'eu ter me apaixonado pelo meu marido. Como fomos fisgados! E a festa? Logo eu que sempre dizia que não me via casando de vestido de noiva... E lá estava eu curtindo cada preparativo e cada segundo, como se fosse uma princesa em um conto de fadas. Inesquecível! Sou preenchida por momentos de intensa alegria ao recordar daquele dia.

Já começo dias antes a contagem regressiva para a data que mudará minha idade. Não volto ao passado distante, mas sinto-me tão presenteada por ter ganhado muito da vida. Quantos sonhos realizei? Muitos e tantos outros a serem realizados ainda. Sinto-me tão completa por ter formado a minha família, nossa que realização! Tive tantos momentos de felicidade plena ao lado dela, com minha mãe, na minha infância com meus pais e irmão,  com amigos, em meus trabalhos.

Tropecei bastante, também, e vivenciei as piores dores possíveis ao longo dos anos. Hoje, com a maturidade agradeço por cada farpa que a vida me deu, como amadureci! Cresci tanto que pude escrever uma nova página.

Ganhei rugas, quilos extras, mais celulites, novos títulos: "senhora" e "tia" e de brinde algumas dores na coluna. Sinais do tempo. Hoje, quase aos 38 anos, sou preenchida por ótimas recordações e planos para o amanhã. Vislumbro um longo tempo ainda para acrescentar muitos capítulos ao meu maior presente: minha vida!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Mãe

Como mãe, nunca tenho total certeza dos acertos;
Como mãe, instintivamente protejo minha prole, sem mesmo saber se estou sendo excessiva;
Como mãe, nunca saberei se fui vitoriosa ou se falhei em alguma parte desta tarefa;
Como mãe, sofro quando um filho sofre e muitas vezes enlouqueço só de pensar nesta possibilidade;
Como mãe, escrevo parte do destino de um filho;
Como mãe, descobri a dor da ausência dele;
Como mãe, consigo imaginar o terror da perda de um filho;
Como mãe, vivo o fantasma do medo dos erros;
Como mãe, choro muito por ele e sorrio para ele;
Como mãe, torno-me forte como preciso ser;
Como mãe; apavoro-me com o mundo lá fora;
Como mãe, fico ansiosa pelo futuro de um filho;
Como mãe, aprendi que a paciência é necessária;
Como mãe, babo muito pela cria;
Como mãe, descobri como posso amar igual filhos tão diferentes;
Como mãe, compreendo cada frase que minha mãe dizia;
Como mãe, admiro tanto a minha;
Como mãe, aprendi na pele o significado da preocupação, da dor, do medo, da felicidade e do eterno amor.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Edredon

Não sei exatamente quando começou este meu desejo, nem sei ao certo se eu já era mãe ou ainda não.
Lembro que era uma noite fria, eu via um filme, sozinha, e a cena era uma mãe com seus filhos meninos assistindo a um filme, na cama, embrulhados no edredon. Esta cena me percorreu a mente por anos. Como eu desejei este momento em minha vida!

Dentre vários programas que gosto de fazer com meus filhos, este certamente é um dos que mais me realiza e o melhor é que vem sem o brinde da culpa que a maternidade nos traz. Fico tão feliz em tê-los comigo dividindo um filme, sem grandes pretensões, e um edredon nos esquentando em tempos de inverno. Sei que este programa tem prazo de validade e sinto que vivo o ápice agora. Sortuda que sou!

Menos um sonho no meu checklist.

Delícia de momento!

A vida é feita, também, de horas de satisfação e muitos prazeres sem culpa.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Auto retrato



Sonhadora, gourmet, otimista, estabanada, comprometida, distraída, egoísta, ingênua, organizada, meiga, grossinha, crítica, sortuda, apegada a minha vida e apaixonada.

Voz de criança, mãe de duas e muito coruja. Choro à toa e ganho rugas, desejo livrar-me delas, emociono-me facilmente e sofro pelas perdas.

Mente aberta, preconceitos existentes, valores familiares acentuados e valores morais presentes.


Futuro ainda bem distante, presente forte e passado na penumbra. Mix de sentimentos ao comparar o tempo, mas muita certeza dos momentos maravilhosos.


Sou o que você quiser que eu seja, sou todas as mulheres, sou igual a todo mundo, mãe-leoa, companheira dedicada, excelente profissional, filha-amiga, irmã-visita, amiga de todas as horas, cunhada-confidente, ser em mutação e fiel escudeira do meu alter ego.



quarta-feira, 6 de julho de 2011

AMOR por AMOR











Saí esbaforida, largando todas as pendências em cima da minha mesa e parti à francesa. Nossa, quanto trabalho deixei para trás!





No caminho, parecia que os minutos estavam rápidos demais e que os sinais ficavam vermelhos apenas para mim.





Foi um parto achar uma vaga, parei bem distante e me movimentei a passos bem rápidos com a respiração já ofegante. De longe conseguia avistar as roupas coloridas e ouvia a banda tocar, evitei olhar o relógio. Morri de medo de estar atrasada e decepcioná-lo naquela tarde.





Finalmente cheguei, parei e procurei pelo meu filho naquela multidão de crianças. Quando nossos olhos se cruzaram e eu vi aquele sorriso de felicidade, tentei a todo custo disfarçar o choro, piscava sem parar e sorria para ele. O filme do nascimento dele começou a passar rapidamente pela minha cabeça me levando até aquele momento. Como tudo foi tão rápido? Como aquele bebê indefeso da noite passada já sabia cantar o hino do seu colégio e o hino do Brasil? Como meu filhinho que dava os primeiros passos há dias atrás já participava de uma olimpíada na escola?





Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali, em pé, olhando para ele e me sentindo um ser humano tão completo.





Pedro, obrigada por me proporcionar emoções tão intensas. Filho, você e seu irmão me ensinam a amar de uma forma que eu nunca sequer sonhei que existisse.
















quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mulher maravilha


Estou cansada de ter que ser magra, educada, bem cuidada, bem disposta, mãe exemplar, mulher dedicada, boa profissional, inteligente e ainda por cima ser feliz.

Perco-me nos meus compromissos, esqueço reuniões escolares e pequenos reparos a serem feitos em minha casa.

Simplesmente, não dou conta. Rendo-me.

Sigo tantos padrões aceitáveis que nem percebo se eles realmente se encaixam em minha vida ou se eu que tento me encaixar neles. Fica tudo no automático.

Não sei porque temos que mostrar tanta superação, mulheres! Que reconhecimento é este que estamos buscando? Por que não podemos ser mais simples e nos tornarmos menos escravas da rotina? A cegueira do dia-a-dia nos afasta das pessoas que amamos e dos nossos prazeres.

Escuto amigas exaustas por conta dos filhos e da falta de ajuda, outras sem tempo para eles e para casa e ainda há àquelas que apenas veem o tempo se esgotar na ampulheta.

"Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão... Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades, às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena." Mario Quintana















sábado, 22 de janeiro de 2011

Partindo do ninho




A casa vai ser silenciosa e arrumada como eu sempre desejei que fosse. O barulho será apenas o de fora da rua. Vou poder ouvir a chuva e os cantos dos passarinhos, enquanto leio um livro calmamente na varanda. Quanto tempo fiquei alienada aos barulhos da natureza?

Os quartos estarão do jeito que eles deixaram pela última vez. Já vejo meu rosto envelhecido e as lágrimas descendo pelos olhos ao abrir as portas. O coração apertado de tanta saudade . Um flashback desde o nascimento deles e a famosa pergunta que todo mundo deve se fazer um dia: "como conseguimos chegar até aqui?", nesta hora esboço um sorriso de vitória para meu marido.

As fotos espalhadas pela casa contarão um pouco da nossa trajetória e as lembranças de cada fase em que os tive comigo. Como eles tanto me ensinaram!

Nem sempre foi tudo maravilhoso, mas boa parte da minha vida foi com e por eles. Amor incondicional, intensidade, angústia, medo e as melhores expectativas foram vivenciadas. Faria tudo de novo. Missão cumprida.

Meu ninho voltará a ser vazio como antes.