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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

É natal


Lembro com um enorme carinho os muitos natais que tive na minha infância. Vivia a ansiedade dos presentes, da ceia, do presépio da minha avó e de estarmos todos reunidos. Minha mãe era a chef da grande noite.

Momentos felizes aqueles com meus pais e avós! Verdadeiro retrato de família.

Conforme eu ia crescendo o encantamento diminuía, assim como a família. E o natal foi ficando triste e nostálgico na minha memória, tornando-se uma data marcada pelo consumo e comilança. A minha expectativa maior era o ano novo, pois naquela data me divertiria para valer.


Meus filhos me devolveram a magia natalina. Que prazer viver o natal com eles! Decorarmos a casa juntos, a árvore de natal, escrevermos a cartinha do Papai Noel, marcarmos no calendário os dias que faltam para nossa grande noite e acima de tudo fazê-los entender o verdadeiro espírito do Natal: o amor que Jesus nos mostrou.

Meus presentes de natal são meus meninos e o despertar da família que renasceu junto com eles.






terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Envelhecer com dignidade


Três senhoras diziam estar envelhecendo com dignidade, em uma entrevista recente, a uma revista que leio semanalmente. Elas foram pioneiras nas areias de Ipanema antes mesmo do Rio ter suas musas de Ipanema. A dignidade do envelhecimento foi descrita como manter os cabelos brancos e serem 100% originais, ou seja, deixar a bel prazer do tempo. Simplesmente deixar acontecer.

Reli o texo e achei tão unfair com as outras senhorinhas mais vaidosas. Seria indigno pintar os cabelos brancos, darem uma puxadinha aqui e outra acolá ou estarem com implantes de silicone aos 65 anos?

Penso que envelhecer na sociedade atual não deva ser bacana fora que é um processo quase degenerativo fisicamente, porém pode ser ser visto com um olhar menos obscuro e ainda assim tirarmos muito proveito dos anos que nos restam estando solteiras ou não, amando ou não, avós ou não, aposentadas ou não, cabelos brancos ou camuflados, com rugas ou botox. Nada disso importa de fato.

Às vezes, parece que estamos numa areia movediça mas filosofo, sempre, pensando que as perdas estão presentes em todas as fases da vida.

Não sei que tipo de senhora vou me tornar.

Talvez eu relute muito em aceitar a velhice. Talvez eu continue tendo a mesma vaidade de hoje ou quem saiba dê menos valor ao espelho e as minhas formas? Talvez contemple a vida que tive e a que ainda me restará com tamanho desapego e felicidade. Talvez meus pensamentos sejam evaporados com o tempo.






sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Reflexões de divã


Sou difícil de agradar.

Não rio de qualquer piada e programas humorísticos, muitas vezes, não me fazem sequer cosquinhas. Não quer dizer que eu seja sisuda, pois dou gargalhadas gostosas da vida, dos meus filhos, das pessoas, do meu marido e de mim mesma frequentemente. Como falo sem pensar!

Definitivamente, não gosto de qualquer comida. Preciso suspirar pelo prato e imaginar as etapas do preparo até chegar à mesa de um restaurante. Sou muito exigente com refeição, mas o ambiente pode ser simplório. A comida é que tem que ser bem comida.

Viagens pra mim harmonizam com gastronomia. Não é qualquer lugar que me faça ter o desejo de voltar. A paisagem tem que ser bucólica, o clima agradável e me remeter à época dos habitantes que passaram por ali. Gosto de imaginar a história do lugar e daquele povo.
Homens tem que ser inteligentes, com senso de proteção e professores da vida. Não bastam ser bonitos. E a tal pegada?Fundamental!

Tornei-me assim com a maturidade. A tal exigência veio com o tempo e com as experiências vivenciadas. Nem por isso, sou depressiva, infeliz ou uma eterna insatisfeita. Contrapondo minha auto-análise, sou animada, alto astral e ainda vejo o mundo cor de rosa, para meu desagrado, pois entro fundo no mundo dos castelos e suas princesas perfeitas vivendo o tão sonhado "felizes para sempre".



terça-feira, 12 de outubro de 2010

Apenas uma horinha





A frase da discórdia foi assim: " É pedir muito ter uma horinha para mim? Aos sábados e domingos, usá-la para jogar meu tenizinho e malhar!".


Na hora, pensei que ele sequer ofereceu a minha horinha também. Como os homens podem achar que têm mais direitos que a gente? E ainda pior: essa mísera uma horinha vira três horinhas frequentemente.


Enfim, resolvi que daquele dia em diante eu jogaria no lixo a minha CULPA familiar. Exorcismo nela! Já fico MUITO com meus filhos e família, dou meu tempo com qualidade e minha vida a eles, então, por que ainda tenho que ter uma nuvenzinha negra em cimas das fotos quando estou me divertindo sem eles?


Dei um fim a gastar minhas horinhas de final de semana abastecendo a geladeira e fazendo programas que sou coadjuvante. Eu também terei minha horinha com a folguista trabalhando ou não.


Redescobri como é bom termos nosso tempinho e nossa individualidade, mesmo que seja para dolce far niente. Prescrevo a todas.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eu lembro da sua tatuagem, mas não lembro de você.




Eu, como muitos brasileiros, não alterei meu endereço no TRE e continuo votando onde morei a maior parte da minha vida. É sempre um bom pretexto para visitar minha mãe, rever algumas amigas e acreditar que nunca serei chamada para ser mesária agindo desta forma. Parece até que o TRE tem um sistema que ele pune os que atualizam seus endereços! Seja lá o que for, não arrisquei. Ainda.

Um amigo de adolescência que também vota na mesma seção que eu comentou: "Sempre é bom dar uma olhada, também, nas pessoas e nos nossos ídolos da época. Todos envelhecendo e alguns tão acabadinhos, estamos bem, Lívia".

Pensei que ele estava coberto de razão. Muitas beldades ganharam peso, envelheceram mal. Só que lá dentro ouvi uma voz: "Você, também, querida! "

Digamos que fui votar meio disfarçada, pois o medo falou mais alto.

Quando tinha 16 anos fiz minha primeira tatuagem: local virilha. Ali eu considerava um lugar seguro, pois seria uma região "livre" do envelhecimento, fora que poderia estar escondida quando eu bem quisesse. Bom argumento. Não foi bem assim que a região se transformou e muito menos a tatoo... Porém, lembro de outras meninas que faziam nos seios, na bunda, na barriga, pernas.

A cena das ninfetas na praia com seus corpinhos em dia, tatoos moderninhas e ousadas ainda é recente na minha memória e eu lá inserida no grupo sorrindo, exibindo-me.


Imaginem a cena 20 anos depois. E mais 20?

















Há pessoas que agem como psicológas ou curandeiras, em nossas vidas . Elas têm o dom de abrir nossos olhos e nos fazer enxergar cenários embaçados.
Algumas , ficam um tempão em nossas vidas e outras participam ativamente do nosso progresso e evolução, tornando amigas de longa data.

Óculos novos e com eles mudanças significativas em nosso olhar e análise.

Adoro ter essa segunda chance.

A vida sempre vale a pena.













segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A simplicidade da vida



Hoje, pude almoçar com meu filho mais velho e depois levá-lo à escola.

No caminho perguntei: - Filho, você é feliz?

Ele fez uma cara de surpresa, deu um sorriso e disse: - Claro, mãe. Muito feliz!

Eu insisti: - Por que você se considera muito feliz?

Ele, sem hesitar, respondeu: - Porque eu gosto da minha vida.

Crianças são práticas, puras, ingênuas, livres dos preconceitos, sem grandes desejos e ambições.

Sentimos nelas uma invejável alegria de viver e uma contemplação pelo mundo ao redor.

Uma das coisas que mais me dá prazer é passar algum tempinho com meus filhos e observar a forma como eles reagem perante o mundo ao seu redor.

Uma ida a um restaurante favorito faz o meu mais velho tão contente, assim como levá-lo ao Yogoberry, ao MC Donalds ou simplesmente deixá-lo jogar bola por incansáveis horas. Já o mais novo dá gargalhadas no teatrinho ou cinema, adora fazer castelos na areia e aproveita cada segundo da animação das barulhentas festas infantis. É lindo de ver! Se desejam algo mais? Sim, que o dentinho de leite caia logo, que o tempo fique bom para poderem jogar mais futebol, que chegue domingo para comer as "besteiras", ganhar figurinhas e uma história antes de dormir com um beijo da mamãe seguido por um "eu te amo" para encerrarem aquele dia a mais em suas vidinhas.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Decadénce avec élégance


A nossa sociedade anda deselegante demais.

Prefiro a hipocrisia americana e europeia dos caixas de supermercados que sempre abrem um sorriso e um automático "bom dia", mesmo sem vontade de dizê-lo. Sinto-me mais bem vinda em uma atmosfera dessas.

Pra mim ser chique é falar baixo, não ser extravagante, nem grosseiro, cumprimentar todos do ambiente de trabalho, tratar bem o porteiro, a recepcionista, o motorista de taxi, usar "por favor", "obrigada", dar "bom dia" às pessoas, ser atencioso, lembrar dos aniversários dos amigos, agradecer pelos presentes recebidos,valorizar amigos e família.

Não basta vestir um Armani e sair por aí falando mil palavrões impronunciáveis e com posturas nada éticas. Fico muito incomodada ao ver os programas políticos, aliás sempre de total deselegância, e ainda perceber que eles estão mais preocupados em criticar os concorrentes do que nos mostrar algum possível projeto. Se bem que já faz alguns anos que não aposto mais neles. Dói muito, ver candidatos sabidamente corruptos de volta ao cenário. Não entendo para onde foram os bons modos.

Ser elegante mesmo é conseguir ter educação e ética.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Indecisão

Sou muito indecisa em restaurantes. Gosto de ler e reler os cardápios, fico tensa cada vez que o garçom volta para anotar os pedidos. Preciso de um tempo.

Por outro lado se descubro um prato que me faz gemer, nunca mais arrisco outro prato naquele lugar, mesmo que recomendado!

Sou uma mulher de poucas opções, fico insana ao entrar numa farmácia cheia de cosméticos e maquiagens. Passo ali, feliz da vida, 1 hora, lendo cada produto, pegando tudo e devolvendo depois.

Tenho tido momentos de muita indecisão ao fazer as unhas, atualmente. Lembro que na adolescência, eventualmente, ia à manicure e conseguia ler toda a revista Amiga até chegar a tão esperada hora dela me mostrar a caixinha com os esmaltes, que eu já sabia de cor e salteado: "Areia", "Via láctea","Raio Laser" e alguns rosinhas com cara de vovó. Era tudo tão rápido e simples e ainda assim eu saía super feliz com minhas unhas pintadas.

Hoje em dia, vivo momentos de ansiedade ao chegar ao salão. Passo a maior parte do tempo fuçando uma das enormes caixas de esmaltes enquanto a manicure tenta tirar minhas cutículas. Quando chega a hora da pergunta crucial: "Já escolheu a cor?", sinto a mesma pressão como se estivesse em um restaurante e faço um uni-du-ni-tê interno para ser mais rápida no gatilho. Muitas opções me fazem decidir não decidir.

No final, percebo que sequer consegui ler Caras, Quem ou Hola.












Sem papas na língua: Estou de volta após uns dias de descanso em famíl...

Sem papas na língua:
Estou de volta após uns dias de descanso em famíl...
: "Estou de volta após uns dias de descanso em família. Se bem que férias com crianças não são férias de verdade, não é? Se há algo em minha p..."

terça-feira, 20 de julho de 2010


Estou de volta após uns dias de descanso em família. Se bem que férias com crianças não são férias de verdade, não é?

Se há algo em minha personalidade que me incomoda bastante é meu constante desejo de ter uma vida como em um comercial de margarina. Como é sofrível desejar uma vida perfeita com aquele marido romântico, paciente e com filhos tão obedientes que seríamos incapazes de elevar a voz. Passei a vida vendo comédias românticas e sonhando com cada cena, onde sou sempre a protagonista, com aquele príncipe perfeito, incapaz de ser grosso, de se vestir mal, de deixar a barba por fazer. Sabe aquele homem que nunca se estressa, que sempre está de bom humor, que te faz surpresas românticas diariamente e ainda deixa você decidir toda a programação do final de semana? Não me diga que sabe, pois terei um enfarte fulminante agora!

Tudo na minha vida tem um enredo e um fundo musical. Mas ao ver "Shrek para sempre" percebi que minha vida tem mais a ver com a dele do que com as comédias românticas. Os nossos dilemas são os da família de ogros! Pelo menos o final do filme, nos conforta e mostra que somos eternos insatisfeitos e como valorizamos pouco nossas conquistas.









quinta-feira, 1 de julho de 2010

Borboletando


Adoro tatuagens, mas nem de longe como a Fernada Young. Gosto das pequenas e com algum simbolismo.

Uma amiga sugeriu de fazermos uma borboleta. Borboleta? Nossa, nunca pensei nela no meu corpo, aliás como diria qualquer vovozinha: "já tenho a minha".


Sempre associei este inseto à liberdade de poder voar para onde bem entendesse e a hora que desejasse. Como posso ter uma tatuagem dessa se optei por uma vida oposta? Tenho filhos que dependem de mim e ainda tenho marido! Esta vida não me permite alçar um voo pra bem longe, meus elos são de aço. Decidi que minha amiga, loura, precisa refletir nesta tatuagem, afinal estamos no mesmo barco, oops! No mesmo avião. Nossos voos são nacionais e todos com escalas e conexões. Acho que devemos fazer é uma tatoo de um xadrez e com direito as nossas carinhas sorrindo lá dentro.



Preparo minha defesa para poder ter argumentos quando descubro que no Japão a borboleta está associada à mulher, à metamorfose de seu ovo para lagarta e depois para crisálida e finalmente borboleta. Indica as etapas da alma para a iluminação. E duas borboletas juntas indicam felicidade matrimonial.


A cultura japonesa mudou a minha ótica. Viva a borboleta!


A borboleta é, também, um inseto que se deu bem, pelo menos no quesito aparência já que é prima da barata.


Como dizem algumas amigas de garfo: "Lívia se deu bem". Se esta máxima for verdadeira quero não apenas uma, mas duas borboletas em mim.


















terça-feira, 22 de junho de 2010

Paixão


Ah... a paixão. Delícia de olhar, de sentir e de vivenciar.

Estar apaixonado é ter a capacidade de ofuscar os defeitos do outro e de minimizar as diferenças do casal. Imaginar que o destino foi generoso conosco é quase uma sensação divina!

A paixão pode ser um "sedativo" que suscita num prazer admirativo pelos detalhes da pessoa amada. Parece um "vício" que debilita a mente do indivíduo pois o foco é somente a pessoa amada, sendo todos os outros momentâneos e irrelevantes.

Passada a fase inicial de encantamento, quando tudo fica menos embassado, os defeitos se sobrepõem às qualidades. Demoramos um tempo para sermos nós mesmos, novamente.

Uma pena que a vida não nos permita a paixão como estado civil. Cada batimento cardíaco nesta fase compensa qualquer angústia que se sinta.


domingo, 13 de junho de 2010

Copa do Brasil


Como qualquer brasileiro, adoro a Copa do Mundo. Os jogos do Brasil quebram a nossa rotina de trabalho, o clima nas ruas é de festa, patriotismo e paixão pelo esporte. Passo anos sem assistir a um joguinho de futebol, mas na Copa torno-me especialista. Arrisco até a escalar a seleção e comentar os impedimentos. Uma verdadeira fake!

É certo que não temos os jogadores mais belos e nem sempre as pernas mais desejadas, mas na hora do jogo admiramos a beleza dos adversários maquiada pelo nosso futebol tão comentado mundo afora.


Em Copa do Mundo sou brasileiríssima. Uso camisa da seleção, enfeito a casa, sou anti-hermanos, vibro e sofro em cada partida e acredito que seremos os campeões. Chego mesmo a acreditar que Deus é brasileiro.


Vive le Brésil! Oopssss... Brasil!










Guapos

Em clima de Copa, recebi este email com a foto dos jogadores da Espanha.

Pelo visto a Espanha não é apenas favorita para o título de melhor futebol, mas também para o título "baba, baby, baba" deste mundial.














quarta-feira, 9 de junho de 2010

Em torno do pescoço












Voltei após semanas de intenso trabalho. Andava sem tempo como nunca.


Sinto um peso enorme nos meus ombros e muitas vezes acho que
não vou dar conta de tudo. A jornada dupla é devastadora. Se por um lado o amor pelos filhos é inenárravel o mesmo não ocorre com o trabalho que temos com eles. É muita dedicação. Entrego minha vida.

Deixando esses questionamentos de lado, o frio nos faz parecer mais belas. Adora o clima inverninho. A pele fica mais bonita, os cabelos mais saudáveis e podemos usar e abusar de estilos. Caprichamos mais nas produções e cada vez surgem mais opções de acessórios, esmaltes e maquiagens.

Divido com vocês estes acessórios indispensáveis nesta saison com suas
multifacetas. Finalmente, nós brasileiras, descobrimos os cachecóis, lenços e pashiminas.

Profitez bien, les filles!







































quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cantadas




Lembro-me de uma amiga, linda, da minha adolescência que sempre dizia que só os garis e pedreiros falavam gracinhas pra ela. Obviamente, não acreditava naquela lamentação. Eu no auge da minha beleza (pelo menos eu achava) ouvia cantada de todos os pedreiros, garis, porteiros e garotos bonitos, também! Naquela época, detestava ouvir elogios de homens que eu considerava "sem chance" alguma e ficava tão furiosa que muitas vezes insultava-os.
Quando saí do Brasil, pela primeira vez, percebi que lá fora eu não era tão celebridade assim. Mal era notada entre um guindaste e outro. Não era uma queixa, apenas constatei a diferença cultural.
Na minha temporada francesa, descobri mais uma vez que os homens não veem você passar, eles não te percebem no meio da multidão. Mulher lá é igual mulher de melhor amigo: bigoduda. E elas se sentem muito agredidas ao receberem onomatopeias pela rua.
Onde mais você atravessa a rua e o motorista de ônibus pisca a lanterna pra você e te manda beijos? Em que outro lugar os homens sofrem tanto de torcicolo como os daqui? Não importa a classe social e tem sempre um virando o pescoço para olhar melhor o "derrière". Chega a ser divertido.
Apesar de nunca ter gostado de receber cantadas na rua achei estranho não tê-las. E hoje, consigo entender melhor essa cultura do brasileiro.

































quarta-feira, 12 de maio de 2010

Novelas


Já perdi a conta de quantas vezes jurei que não acompanharia mais novelas.

Aos poucos cortei ou fui cortada das novelas das 18h e 19h, horários cruéis para quem trabalha e tem filhos em casa esperando ansiosamente nossa chegada.

No entanto, ainda não consegui me livrar do horário das 21h, acho que sou masoquista. Tem coisa mais insuportável do que acompanhar uma história por 8 longos meses?

"Viver a vida" me tira do sério. Basta começar a novela do mala do Maneco que começo a reclamar de cada cena. Não entendo como pode ter tanta gente chata no mesmo folhetim. E que pessoas surreais são estas?

A novela até aborda temas profundos e nos faz refletir nossos próprios preconceitos. Porém, é difícil engolir cada cena mais arrastada do que a outra.

Tenho uma listinha de grandes incômodos:

1) A Helena é a mais mala da novela
2) Thiago Lacerda e o Rodrigo Hilpert - o que fazem afinal?
3) E aquele Doutorzinho que namora a Japa? Não me convenceu em nenhuma cena
4) De onde surgiu o namorado francês para Tereza?
5) E o Marcos, com tanto dinheiro, charme e mulher à vontade bateu a solidão? Não cola!
6) Qual a função de uma criança malvadinha na trama?
7) E a família da Helena, em Búzios? Quanto ator inexpressivo.
8) E a Camila Morgado? Não imagino a Míriam Leitão daquele jeito.

Enfim, passaria meu dia resmungando...

O bom é que semana que vem começa Passione, mas juro que não vou acompanhar!!!
















quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pequenos consumidores



Minhas amigas são sempre fontes de inspiração.

Dia desses, escutei: "Filhos estão sendo criados como pequenos consumidores".

Passei alguns dias digerindo este assunto. Meus filhos não! Será mesmo?

Que cruel a nossa sociedade. Como conseguiremos fazer com que nossos filhos não sejam apenas pequenos consumidores? Como podem crianças tão pequenas já sofrerem pelo desejo do consumo? Crianças não são pequenos adultos. Difícil educar. Missão árdua esta que me meti. Pelo menos não estou sozinha neste barco.

Certamente, não sei a receita exata. Sei que não quero meus filhos escravos do consumo, nem teleguiados pela TV ou com preguiça de pensarem.

As brincadeiras estão cada vez mais roteirizadas e os brinquedos só exigem que se aperte um botão. As crianças se enfadam rapidamente e já querem outro brinquedo para serem felizes.

As crianças não podem só ver e ouvir. Têm que tocar, se movimentar, experimentar o mundo.

É fato que hoje em dia a influência externa é mais forte e estando mais tempo longe de casa é difícil controlá-la. Porém, cabe aos pais um papel de maior destaque. Não devemos ser apenas espectadores da educação.

Não posso mudar a sociedade sozinha, contudo tenho o dever de formar o caráter dos meus filhos que vai muito além de oferecer bens materiais.











segunda-feira, 3 de maio de 2010

La cuisine


Adorei Julie & Julia.



Sou apaixonada por culinária e com sotaque francês mais ainda. Adoraria ser indiferente à gastronomia, assim não teria uns quilos extras atormentando-me.


O filme mostra a convidativa culinária francesa como ela deve ser vista: uma arte com manteiga (Président, claro!). Há também a jovem escritora que escreve sobre receitas em seu blog. Filme leve e gostoso com a sempre ótima Meryl Streep.


Fiquei vários dias inspiradíssima na cozinha até que uma forçada dieta me fez voltar ao mundo real: sem manteiga e sem glamour.


Recentemente, estreou o novo programa do Troigros : "Que Marravilha" em formato reality show. Vários telespectadores mandam E-mail e ele ensina no ar uma receita a este sortudo. Aulinha particular com direito a compras na feira com ele! Uh la la.


Lembraram de mim. Uma amiga, ex-gourmet e ex-tudo (ela agora é mãe de dois filhos bem pequenos, se me entendem) me ligou sugerindo enviar um vídeo para o Claude. Vibrei de emoção. Já me vejo no programa fazendo um cordeiro ou pato, harmonizado com um bom vinho , sugerido pelo chef e eu me sentindo sua assistente. Ora, não sou um mera aprendiz!

No final, eu brindaria e faria como numa entrega do Oscar: "Dedico este prato ao meu marido que sempre esteve ao meu lado em nossas inúmeras apetitosas refeições e quem confiou a mim receitas secretas de família, a meus amados filhos por provarem tudo que cozinho, a minha confraria que me apresentou à nouvelle cuisine e a minha mãe que sempre usou e abusou dos temperos para nos termos juntos à mesa.

Olhos marejados. Sorriso no rosto. Muita emoção.

Preciso emagrecer urgente já que a televisão aumenta nossas medidas.

À bientôt!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Solidão




A solidão é privilégio de poucos.

Definitivamente, não faz mais parte do meu mundo com duas crianças.

Sofro por não tê-la nunca.

Sinto tanta saudade do silêncio. Como me faz falta não ter com quem argumentar ou negociar. Melhor ainda é ninguém te solicitando absolutamente nada.

Desejo incessantemente duas míseras horinhas, em casa, sozinha. Só minhas. Pensando bem, a minha lista de pendências é tão grande que eu provavelmente ficaria à toa, no sofá, com o controle remoto nas mãos. Este entrou em extinção para mim.

A maternidade é bela, claro! No entanto, damos a nossa alma. Os filhos sequestram todo nosso tempo e o caminho até o crescimento deles é árduo, muitas vezes, parecendo uma eternidade. Vivemos anos de nossa curta vida sendo pais e mães. Vivemos só por eles.

Numa recente palestra ouvi que somos todos sementes de anjos. Certamente pais e mães são quase anjos! Minha vida se define em AA (antes de ser anjo) e DA (depois de ser anjo), porém não me imagino mais AA.

No final, terei a certeza que valeu muito a pena ter os meus meninos.
























quinta-feira, 15 de abril de 2010

La vie


Estou há seculos querendo organizar duas caixas de fotos. Iniciei meu contato com elas para demonstrar interesse em tirá-las dali.

Foi sofrível demais!!! Comecei a me reconhecer naquelas imagens, como eu era magérrima e sem rugas! Como pode? Tudo ainda recente demais na minha memória.
Sem dúvida, eu era mais jovem. Porém, sinto-me ainda aquela menina.

Vi fotos, também, da minha lua de mel e surpreendi-me ao ver que estamos caminhando para o "envelhecermos juntos", ora não era esse nosso desejo? Já não somos mais aqueles das fotos. Mudamos.

Ontem, tive meu primeiro filho. Hoje, já sou mãe de dois garotinhos. Não senti o tempo passar, todavia ele me presenteou com rugas, quilos extras e um certo cansaço.

Vejo-me mais madura em todos os sentidos e o mais irônico é que repito frases que minha mãe me dizia na infância. Tornei-me um pouco Ana Tereza.

A vida parece mesmo se repetir.

Obviamente, fechei a caixa por prazo indeterminado.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Ilhada em casa

Essas chuvas do Rio me atingiram em cheio.

No primeiro momento, até achei bom ficar em casa e tirar um dia de folga com barulinho de chuva. Delícia!!! Segui à risca a recomendação do nosso prefeito e finquei o pé em casa. Controle remoto na mão e lágrimas caindo ao ver tanta gente perdendo suas vidas, famílias e moradias.

Quando me dei conta estava com a pia lotada de louças, a casa uma zona e a fome surgindo. Aprendi uma coisa: Por pior que seja sua empregada é sempre muito pior sem ela!!!
Tive que arregaçar as mangas e me tornar a doméstica do meu lar e obviamente com meu "patrão" apenas observando.

A chuva não cessou. A noite chegou e a surpresa da manhã de hoje: estamos ilhados! O único caminho que nos levaria à civilização virou um grande rio profundo.



Que saudades do meu trabalho. Já não aguento mais cozinhar, lavar louça e imaginar quantos dias ainda estaremos presos. Aqui não tem prova da comida, ainda. Mas se a situação permanecer assim...

Confinamento só deve ser bom quando tem 1 milhão de reais em jogo, um monte de gente sarada com festas intermináveis e sem crianças, claro!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Chocolates de Páscoa

Quem foi o guloso que associou chocolate à Páscoa? O que Jesus tem a ver com isso? Aliás, o que eu tenho com isso? Onde começou este pecado em época santificada? O fato é que as pessoas deviam ser bem magras, não tinham preocupações com colesterol, celulites e afins. Obviamente, deve ter surgido no hemisfério norte onde é mais prazeroso comer chocolates nesta época do ano do que aqui, no Brasil, onde temos que guardar os inúmeros ovos na geladeira para não serem derretidos pelo calor.

Estou eu em plena segunda feira, pós feriado, sofrendo e planejando perder cada grama excedido nesta Páscoa. Pensando bem não pequei, apenas entrei de boca aberta na tradição...

Divido com vocês um texto que conta o surgimento deste hábito "tão saudável".



O hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã. O hábito de trocar ovos de chocolate surgiu na França. Antes disso, eram usados ovos de galinha para celebrar a data.

A tradição de presentear com ovos - de verdade mesmo - é muito, muito antiga. Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era cristã já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza - lá eles têm até nome, pêssanka - em celebração à chegada da primavera.

Os chineses e os povos do Mediterrâneo também tinham como hábito dar ovos uns aos outros para comemorar a estação do ano. Para deixá-los coloridos, cozinhavam-nos com beterrabas.

Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um presente que simbolizava o início da vida. A tradição de homenagear essa estação do ano continuou durante a Idade Média entre os povos pagãos da Europa.

Eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho, representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés.

Os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus - o Concílio de Nicéia, realizado em 325, estabeleceu o culto à data. Na época, pintavam os ovos (geralmente de galinha, gansa ou codorna) com imagens de figuras religiosas, como o próprio Jesus e sua mãe, Maria.

Na Inglaterra do século X, os ovos ficaram ainda mais sofisticados. O rei Eduardo I (900-924) costumava presentear a realeza e seus súditos com ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa. Não é difícil imaginar por que esse hábito não teve muito futuro.

Foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII, confeiteiros franceses tivessem a idéia de fazer os ovos com chocolate - iguaria que aparecera apenas dois séculos antes na Europa, vinda da então recém-descoberta América. Surgido por volta de 1500 a.C., na região do golfo do México, o chocolate era considerado sagrado pelas civilizações Maia e Asteca. A imagem do coelho apareceu na mesma época, associada à criação por causa de sua grande prole.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Feliz ano novo, de novo!



Já tivemos o reveillon, o carnaval, volta às aulas e agora o fim do BBB10. O ano começa de verdade.

Confesso que fico aliviada em saber que não vou mais perder meu tempo ouvindo o Bial contar suas longas crônicas para descrever cada participante. Como ele se tornou tão mala? Minhas horas de sono voltarao a ser equilibradas. Meus ouvidos também agradecem por não terem mais que escutar tanta bobagem dita naquela casa com gritos de histerismo e acompanhados de inúmeros barracos. Certamente, minhas enxaquecas diminuirão. Meu Deus, quanta mulher barraqueira no mesmo ambiente!

Porém, já vislumbro um vazio nas minhas conversas com os amigos, afinal, o assunto já fazia parte do meu cotidiano. Estava viciada no programa. De quem vou falar mal com o aval de todos? Como vou poder criticar tanto uma criatura sem ser tachada de venenosa? Com quem mais vou poder analisar os invisíveis defeitos nos corpos de tantas beldades?

A partir de hoje, começo minha meditação e transformação: Amo todas as pessoas!

Ai que vazio está me dando...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Outono


É sempre assim: Anuncia-se a chegada do outono e entra alguma frente quente como se quisesse desafiar a nova estação.

Ai que vontade de sentir o vento, olhar o céu cheio de nuvens, caminhar por cima da linda folhagem estalando sob meus pés e de admirar o por do sol colorido desta estação.

A luz rasante de fim de tarde que atravessa a folhagem seca das árvores dá um toque de magia. O cenário é convidativo.

Outono inspira romance.

Seja muito bem vindo!!!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Nostalgia



Nostalgia s.f Melancolia, tristeza causada pela saudade/saudade do passado, de um lugar.

Dicionário Aurélio

Sou da época de "Menina veneno", "Kátia Flavia", dos festivais de música com nomes de marcas de cigarros, do Rayto del sol, da calça Philippe Martin, da matiné da Help, da lambada, do Banana Café, do Resumo da Ópera, Trap, Sweet Home. Ploc total.

Foi ali que soube que o mundo era meu e sem esforço. Tudo era uma grande descoberta, uma aventura. Não queria mudar o mundo. Desejava viver intensamente cada segundo da minha existência, o resto eu tinha certeza que viria.

Sempre imaginava que a vida de um roqueiro famoso deveria ser o máximo: Liberdade com assédio das fãs. Que delícia viver sem limites e ainda de quebra viajando para todo canto do mundo com a mulher que quisesse! Quase um acertador da mega-sena aos meus olhos de aspirante à mulher.

Anos antes, brincava de bonequinha de papel com minha amiga inseparável e já tínhamos uma certeza: nos casaríamos um dia, seríamos ricas e felizes. Só nos esquecemos de pedir a fórmula.

Décadas depois, entendemos que a vida era uma batalha diária em uma gangorra. Perdemos aquela ingenuidade da infância, os sonhos tornaram-se mais concretos, os medos infinitos, ficamos mais seletivas e exigentes. Ganhamos a hipocrisia da vida adulta e tentamos nos convencer que estamos em nossa melhor fase.

Estamos ainda aprendendo a viver, embora com mais conquistas e realizações.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Adornos essencias


Percebi, hoje, que nunca sobreviveria em uma ilha deserta. Lá no fundo, já tinha minha desconfiança.

Não apenas pelo meu jeito nada aventureira, mas principalmente por não saber viver sem meus adornos essenciais.

Minha mãe me conta que saí da maternidade de brincos. Desconfio que a partir dali eu já fazia parte de alguma comunidade "meninas de brincos". Só fico sem eles para dormir e ainda assim há dias em que ficam coladinhos no meu travesseiro.

Já não sei mais a cor natural do meu cabelo e nem quero saber!Também não tenho ideia de como eram minhas sobrancelhas antes de fazê-las, nem imagino quantos centímetros de pelos teria nas minhas axilas se não existissem depilação ou simples giletes e faz muito tempo que não vejo minhas unhas sem esmaltes, será que ainda são transparentes?

Meu Deus, sou uma verdadeira farsa!

Ilha deserta não serve mesmo pra mim e se ainda estivesse acompanhada, arrumaria uma burca onde apenas meus olhos pudessem ser vistos.

Por conta dos meus 5 minutinhos a mais que ganho na minha cama quentinha, acabo saindo apressada e deixo para me maquiar no carro. Esta manhã, consegui passar o blush e rímel ainda em casa e por esta razão devo ter esquecido minha inseparável e amada necessaire. Só me dei conta no caminho ao olhar para o retrovisor com intuito de passar meu gloss e vivi a horrível experiência da separação.

Constatei que sou dependente de gloss!

Naquele instante, experimentei o sofrimento da abstinência: tremores, mal estar e acima de tudo me sentia uma mulher incompleta sem meu gloss. Entrei numa drogaria perto do tabalho que sequer vendia um batonzinho, continuei a saga. Estava disposta a comprar qualquer marca, nem que isso me levasse ao atraso. A causa era justa.

Cheguei ao clímax ao avistar uma marca desconhecida: "lábios volumosos". Apenas espero que meus lábios não fiquem como os da Donatella Versace até o fim do dia.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulherzinha, sim!


Mulher tem que ser mulherzinha. Tem que ter uma certa vaidade, seguir a moda,ter medinho, usar brincos, batom, fazer depilação, fazer biquinho e ser feminina.

Por mais espaço que tenhamos conquistado nas últimas décadas não sou a favor da igualdade total. Cada um no seu quadrado!

Tenho a teoria que para ganharmos, perdemos muito também. Nossas conquistas são grandes: estamos mais presentes no mercado de trabalho, nas universidades, somos mais independentes, mais autoritárias e nossa opinião ganhou maior espaço na sociedade. Porém, acumulamos cada vez mais funções na nossa jornada mãe-mulher-profissional. Não conseguimos ser nem mães e nem profissionais 100%. Até quando aguentaremos todo este peso nos ombros? Alivie-o um pouco, de preferência, sem a nossa conhecida culpa.

Deixe o homem trocar a lâmpada, o pneu do carro, ir ao mecânico, pagar o restaurante, fazer orçamento familiar e de quebra faça-o compreender de vez alguns gastos essenciais de mulherzinha.

Hoje, após receber inúmeros "parabéns pelo seu dia", rendo-me para desejar a nós, mulheres, não apenas um dia especial, mas que possamos escrever nossa história com toda sutileza e merecimento de uma mulher.

Se pudesse voltar atrás, o que mudaria na sua vida?



Quem nunca se fez esta pergunta antes?

Mudaria muitas escolhas que me levaram a estradas mais árduas. Deixaria de lado algumas desavenças e ficaria mais focada nas oportunidades que posso ter deixado passar.

Não acredito na hipocrisia humana quando responde: "nada". Ou frases à la BBB: "faria tudo de novo".

Sempre há uma decisão a ser revista.

Só hoje sou capaz de idolatrar a maturidade adquirida, lamento apenas que ela não caminhe de mãos dadas com a juventude. Esta é a penalidade da vida.

Graças ao amadurecimento, pude perceber que nada é em vão. Sempre ganhamos muito com as perdas, por mais paradoxal que seja.

Fazendo uma auto-análise, no final das contas, ganhei muito mais do que perdi. Lá na frente, no final do meu trajeto, espero poder repetir este resultado e com muito mais sabedoria.

terça-feira, 2 de março de 2010

Cinco minutinhos


Sempre preciso de mais cinco minutinhos.

Acho uma crueldade existir despertador, pior ainda é termos horário para tudo! Sofro da síndrome de apego a minha cama quentinha e gostosa.

Um dia "normal" deveria ser diferente. Eu acordaria quando meu corpo desejasse, então, calmamente, leria o jornal na cama, acompanhado de um café da manhã de hotel e com meu marido me olhando apaixonado... Oops! Voltei a ser princesa.

O mundo real não é assim, pelo menos não para mim. As listas do meu dia são longas e sou adepta a elas: listas de "to do", de compras, de problemas, de possíveis soluções, de filmes a serem vistos. Porém, odeio agenda e relógios. É muita pressão viver assim.

Não suporto perceber que estou sofrendo por ansiedade, evito este confronto. Atualmente, a minha ansiedade "more" é colocar um botox e preencher uma ruga mãe que se afeiçoou a mim. Garanto a vocês que não há meditação ou terapia capazes de resolver este problema número 1 da minha lista do dia.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

E o ano começa


Agora o ano começa mesmo. Os próximos feriados só em abril, tem noção?
Vivo para os feriados.

Meu Deus isso é normal? Espero que seja, caso contrário sou o ser mais cansado deste planeta...

Talvez, não seja cansaço não, seja exaustão ao calor. Como odeio com todas as minhas forças o verão 40º. Sei que este assunto está repetitivo para os ouvidos cariocas e eu, como boa carioca, sou a primeira a reclamar do calor a cada manhã, mesmo passando a maior parte do dia no ar condicionado.

Vivo cheia de ácidos no rosto, como posso me arriscar pelo sol escaldante? E há coisa mais desagradável do que suor?

As roupas de verão, também, me cansam rapidamente, assim como as sandalinhas rasteiras que já andam sozinhas pela cidade. Os cabelos, ficam tão sem graça, a pele ganha um brilho estranho e de brinde umas manchas do sol.

Já sei que além d'eu reclamar do verão vão dizer que nem pagode e samba eu curto. Carioca muito esquisita eu!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Avec plaisir


Tenho algumas paixões. Uma delas é a culinária e todo o prazer por tras dela. Amo cada detalhe: escolher receitas, ler livros de culinária, comprar os ingredientes num mercado bacana ou numa feira, elaborar os pratos e sentir uma imensa satisfação em degustá-los. Sou a chef da minha cozinha.

Adoro descobrir restaurantes e testar novos sabores. Sempre fui meio gulosa e minha mãe minha referência em comida. Cozinha bem e gosta muito de nos unir desta forma. Acho que as mães são verdadeiras sábias. Elas conseguem ser boas em tudo e nos fisgam pela boca.

Gosto de estimular meus filhos a terem prazer na alimentação e jantamos sempre juntos. Ali é o nosso momento. Ali é um pedacinho da nossa vida.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Sou uma pessoa cheia de manias, meio TOC e tenho alguns rituais.

Na corrida para o Oscar, fico fazendo lista dos filmes que quero assistir antes da entrega da premiação. Mantenho esta rotina há muito tempo e este ano não tem sido diferente.

Vi dois filmes que gostei muito: Invictus e Preciosa. Ambos com ótimas atuações e com o poder de tocar a fundo nossa alma.

São histórias densas e de vida. Como alguém pode achar que tem problemas ao ver esses exemplos? O que significa passar 27 anos preso e sair dali com total abnegação e amor ao próximo?

O que é querer dar amor sem nunca ter tido? O que é ter um pai que só te fez mal e ainda assim sua mãe desejá-lo mais que tudo?

E quando achamos que o fundo do poço chegou só que ele é tão profundo que nem vemos o fim.

Sinto-me uma pessoa minúscula, cheia de preconceitos, de verdades e de superioridade ao me comparar com Mandela ou à personagem de Preciosa.

É sabido que daqui nada levaremos, mas o que deixaremos? O que podemos fazer ainda nesta vida?

Algumas respostas conhecemos. O grande desafio é colocarmos em prática o desapego e acreditarmos na nossa capacidade de virar o jogo.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

OFF


Invejo a capacidade dos homens de se desligarem do ambiente.

Já repararam que a casa pode estar pegando fogo com crianças pulando, gritando e brigando, mas eles conseguem ler o jornal sentados no sofá como se nada tivesse acontecendo ao redor?

Como eles conseguem ir ao banheiro e esquecerem que existe vida do lado de fora daquela porta?

E quando assistem aos programas esportivos? Tudo que falamos naquela hora torna-se apenas um zumbido em seus ouvidos.

Como eles conseguem falar ao telefone como se estivessem sozinhos em casa?

Eles devem ter um botão OFF. Nós temos defeito de fabricação, afinal nosso ON está sempre ligado.

O jeito é aguardar o nosso recall, meninas!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Carnaval

Nesta época do ano não se fala em outro assunto que não seja carnaval. É uma corrida louca para recuperar o corpo. São inúmeras programações: desfilar, blocos, festas, viagens carnavalescas.

A contagem é regressiva e a sensação de "posso tudo por quatro dias" é geral.

Porém, estou aqui para lembrar que só mesmo quem não tem filhos entra neste clima. O restante está buscando bailinhos infantis ou lugares com muito ar condicionado para descansarem, se isso for possível com crianças pequenas.

A vida que tinhamos antes dos filhos acabou mesmo.

Mas, a ótica é outra, mudamos a perspectiva.

Se pensarmos mais no que ganhamos do que no que perdemos podemos encontrar um melhor equilíbrio e transformar nossa vida numa grande comédia ou num inferno.

A rotina é pesada, nos sentimos fora de forma, em muitos casos, ao final do dia estamos esgotadas. A pouca energia que nos sobram são para ler histórias para os filhos dormirem.

Nada que valha a pena é fácil. Será que há algo que valha mais a pena do que sermos os melhores pais e esposas?

Crise dos 40


Dia desses, em uma livraria, vi um livro que me chamou atenção: "Para homens na crise dos 40 e mulheres interessadas em compreendê-los".

Relutei em comprar o livro, apesar do tema me interessar bastante.

Na hora, lembrei-me de uma amiga, que adoro, e que sempre tem histórias para contar dos homens nesta tal crise. Fico apavorada.

Na crise, o Gatão da meia idade busca a Chapeuzinho Vermelho e eu estou mais para mãe da Chapeuzinho. Vovozinha é a mãe!!!

Ele carrega, também, a constante lembrança do peso da idade através dos cabelos brancos surgindo, da barriguinha saliente e da pequena distância entre o presente e futuro.

A crise faz com que o quarentão renegue décadas de experiência e comece a ter atitudes estranhas para um homem já maduro.

Além de desfilar por aí com uma Chapeuzinho à tiracolo, começa a tentar recuperar o tempo perdido. Aprendendo a surfar, comprando moto, skate e fazendo viagens esportivas. Como dizia o Chico Anysio "Sou jovem, pô!"

Como tudo tem um lado bom, nesta fase da vida existe o temido exame da próstata. Para felicidade das mulheres que foram atingidas pela crise, mesmo por marolinha.

Li uma vez que o governo ia criar um decreto obrigando os homens a fazerem o tal exame aos 40 anos de idade.

A fiscalização poderia ser como uma blitz da Lei Seca:

"Tem mais de 40? Pode arriar as calças e mostrar a identidade".

Aos que fossem pegos sem o comprovante do exame aumentariam o número de dedos a serem usados no próximo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pequenos prazeres

Como é bom saber curtir os pequenos prazeres da vida.

Perdemos muito do nosso tempo reclamando da nossa rotina e muitas vezes ofuscamos a nossa empolgação de viver.

Tem coisa melhor que chegar em casa e ser recebida com um sorriso e abraços apertados dos filhos que sentiram nossa falta durante o dia?

Existe algo mais compensador do que após um dia de trabalho poder jantar com sua família reunida?

E quando nos sentimos tristes termos no nosso companheiro a compreensão e carinho;

Poder ficar abraçadinhos vendo um programa de TV sem a menor pretensão;

Ir ao cinema de mãos dadas;

Encontrar amigos;

Comer uma sobremesa bem gostosa;

Ouvir música;

Andar sem pressa;

E acreditar que escolheu a pessoa certa para dividir sua vida com você...

O amor é mesmo mágico. A família que formamos faz parte de uma história de amor.

O final feliz depende de como cada um conduz a sua vida.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Weekend

Oba! Chegou sexta-feira!
Dois dias de descanso e de estudar as melhores programações para o final de semana. Ficar deitada a dois até a hora que o corpo mandar, escolher um restaurante favorito,ir ao cinema ou teatro, ir à praia quando der vontade, ver amigos, fazer unhas, tomar um porre. Que delícia!!!

Se não fosse um pequeno detalhe: Isso foi na vida anterior a esta, antes dos filhos. Como diz meu marido: "morremos ainda nesta vida".

A sexta-feira serve como alerta aos nossos ouvidos: o pior da semana está ainda por vir.

A programação é intensa e imposta em função dos mini Deuses de cada lar: Muitas festas infantis com um barulho insuportável e acompanhadas de frituras bem engordativas, sol nos períodos em que as pessoas normais ainda dormem, cinema infantil, claro! (ali talvez eu consiga dar uma cochilada), piscina lotada de amiguinhos bem barulhentos te jogando água, teatrinhos insuportáveis e restaurantes que tenham uma jaula para nossas ferinhas, pois a comida é o menos importante neste momento, precisamos apenas tentar uma alimentação para sobrevivência.

A sensação é unânime temos dois empregos em período integral quando os filhos vem. A
segunda-feira nunca foi tão bem vinda.

Ajuda


Como dizia a música da Rita Lee "mulher é bicho esquisito..." e somos mesmo!

Já repararam na facilidade que temos em culpar o outro no nosso dia-a-dia?

Se por um lado nos sentimos sobrecarregadas e tendo que rebolar para dar conta das nossas mil funções, por outro nunca achamos que eles são bons o suficiente para nos substituir. Somos centralizadoras demais, mulheres!

Um exemplo clássico: Tornamo-nos mãe. No início é pauleira e, muitas vezes, tudo novo. Acordar à noite para amamentar, trocar muitas fraldas, limpar vômito,lavar mamadeiras. Fedemos a leite, somos apenas mãe nesta fase da vida. Mas, sentimos vontade de ir ao banheiro, de tomar banho, de nos alimentar e de dormir. Tudo parece difícil. Por alguns momentos, temos medo da nossa vida ser assim para sempre.

Criamos grandes expectativas em cima do marido e agora pai. Achamos que ele não pode ser tão desumano conosco, afinal, ele "entende" nosso cansaço físico e dedicação total. Porém, em muitos casos é preciso um empurrãozinho para termos a tão esperada ajuda masculina.

Vemos o pobrezinho do pai querendo ajudar a dar um banho ou mesmo trocar uma fralda ou vestir o bebê. Como reagimos na maioria das vezes? Em geral, de forma negativa. Como um pai muito sem jeito ou ainda sem o ritmo do bebê ou mesmo sem noção.

Às vezes, tenho pena dos homens. Não é fácil lidar com seres que sofrem de constantes alterações hormonais.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

envelhecer

Cada dia são lançados tratamentos e cremes que prometem fazer-nos parar no tempo.

Eu, como devota de cremes e boa consumidora que sou, compro as ideias e esvazio prateleiras deles. São para diversas rugas (é isso mesmo, temos rugas de vários tipos), para atenuar olheiras, para diminuir rugas de expressão (outro tipo de ruga), para dar mais flacidez ao rosto, para diminuir gordurinhas nada bem vindas, para celulite (de acordo com o grau dela), para disfarçar estrias, para deixar as mãos mais macias, para fortalecer as unhas, para usar antes e após a depilação. Um leque de opções. Basta escolher.

Compro o pacote completo: creme-solução-milagrosa-sem esforço=juventude.

Como gostaria de ser menos escrava da vaidade!

Por que nunca estou feliz com o que vejo no espelho? Por que há dias em que nada me cai bem e há outros em que acordo bonita? Por que acho sempre que não tenho roupa? Por que acho que meu estilo está muito sem estilo?

Será que sofro de nostalgia ou tenho medo da finitude pessoal? O que estou tentando adiar, algo inadiável?

Não sei até que ponto a vaidade é apenas um prazer pessoal ou se é uma camuflagem do que nos espera lá na frente, como se existisse um freio temporário.

Deixo esta questão para Freud. Como diz a minha mãe: " Só Freud explica".

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Perdoando a traição

Parto de um princípio que a mulher enxerga a traição de uma forma diferente do homem.

A mulher, em muitos casos, perdoa a pulada de cerca do companheiro.

As motivações são individuais, porém quase todas assumem uma "mea culpa" ou até mesmo culpam-se totalmente:

"Não tenho sido uma boa mulher para ele, estou muito mãe"; "Não tenho mais tido tempo para nós dois, mal olho para meu marido"; "Tenho pouca vontade de transar, vivo exausta. Quem dirá trepar!"; "Tornei-me muito ranziza"; "Parei de me cuidar, só engordei nos últimos anos"; "Meu marido se tornou minha última prioridade" e por aí vai.

A família tem peso dois na vida da maioria das mulheres,sendo assim, toda mágoa e dor de uma traição são repensadas e relevadas, pois há muito em jogo. O sexo feminino passa a vida sabendo que um dia terá marido e filhos. Estão todas preparadas para um caminho diferente desse? Quantas sabem lidar com esse grau de frustação imposto pela nossa sociedade?

Mulheres são complexas. Os homens são mais simples e pragmáticos.

Quando o homem é traído, ele assume que aquela mulher não vale a pena. Eles são machistas demais, em sua maioria, para aceitarem um deslize desses.

No fundo, todos estão em busca da felicidade. Não importa como. Só desejam tê-la intensamente.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A maternidade

Parece que foi ontem. Lembro-me perfeitamente daquela manhã.

Sentia uma mistura de ansiedade, medo e euforia. Finalmente, ia ver o rostinho do meu primeiro filhote que "choquei", com amor, por 9 longos meses.

Na ida para sala de parto, eu me perguntava como tudo seria a partir dali. Só lembrava das mensagens otimistas da minha mãe e das minhas amigas. Pensei: "vai dar tudo certo!"

Ver meu filho pela primeira vez foi perceber naquele momento que ganhei mais um título: mãe. Soube ali como já o amava.

Como a força da maternidade conseguia ser maior que as leis da natureza?

Nunca imaginei um amor tão imenso como aquele.

São muitas abnegações, dedicação e total vivência para um filho. Abrimos mão de tantas coisas, aprendemos a ser altruístas, mudamos os nossos valores, mudamos muito.

Nunca desconfiei que meu sono teria tanta importância na minha vida como hoje.

Nunca pensei que choraria ao levar meu filho à escola pela primeira vez, nem ao vê-lo numa apresentação da escola e, muito menos, quando ele dissesse que me amava.

É amor demais. E apesar de todo o sequestro do meu tempo não imagino sequer minha vida sem meus filhos.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Ele vai ligar

Era sábado. Que noite, ontem! Que homem!

Passei meu dia pensando em como foi demais. Não prestava atenção às conversas de casa e muito menos à TV. Comecei a imaginar nossa vida em alguns anos. Um casal apaixonado, o pedido de casamento, a compra da casa, nos filhos que teríamos e em cada momento perfeito que viria.

Cada vez que tocava meu celular, o coração batia forte e eu treinava um "alô" bem casual. Só que não chegava a hora de colocar em prática este treino. Ele não ligava. Por que? Devia estar cansado, afinal nem dormimos a noite toda. Ou quem saiba estaria ocupado em algum evento familiar esperando a melhor hora para me ligar. Ou ainda, ele poderia estar sem bateria no celular.

Aguardarei mais um pouco. Ele vai ligar. Ele disse que ligaria.

Os minutos tornaram-se infinitos. As minhas inseguranças começaram a pipocar na mente. Pensei tanto nas minhas celulites, acho que elas ficaram muito expostas. E os 200 gramas que ganhei esta semana?

Queria ligar para algumas amigas, afinal elas sempre dizem o que quero ouvir. Melhor não ocupar meus telefones, preciso estar livre para ele.

Ai que vontade de ligar.

Os dias passaram e nenhum sinal. Minhas amigas acharam boas soluções para o sumiço dele e eu passarei essa encarnação sem saber porque ele disse que ia ligar e nunca mais apareceu.

Cinquenta anos

Fui ao cinema assistir a um filme do George Clooney. Ahhhhh, que homem! Suspiro por ele e muitas mulheres também. Talvez, a maioria das suspiradoras tenha mais de 30. Outro exemplo de suspiro clássico nesta faixa etária: Richard Gere. Hmmmmm, mais uma suspirada feliz. Poderia citar vários nomes e passaria um bom tempo almejando esses jovens senhores.

Meu jogo é outro.

Vamos, agora, às lindas mulheres da mesma faixa etária: Meg Ryan, Michelle Pfeiffer,Sharon Stone, Stéphanie de Mônaco e tantas outras que causam um ponta de inveja em nossa classe feminina.

Nós, mulheres, vemos o homem desta idade por um todo, como um embrulho a ser aberto. Ao olhar as ruguinhas do rosto, pensamos na experiência de vida que ele tem, na carreira sólida adquirida, no poder, na arte da sedução, nas conversas inteligentes que ele nos proporcionará e em como deve mandar bem na cama.
Um homem desses tem muito a acrescentar e se for um Bruce Willis estamos à beira da perfeição!

Porém, os homens são perversos. Somos vistas como seres perecíveis. Todas com uma data de validade no lote. Não importa quão bela fomos ou ainda somos e nem mesmo se além de lindas aos 50; formos, também, independentes e bem sucedidas profissionalmente.

Um homem de 50, disponível no mercado, não busca esta tal mulher de 50. Está aí toda a perversidade masculina desta idade. Homem tem o tesão visual.Homem quer sexo com espelho e luz acesa. O resto torna-se o resto.

Talvez venha daí a multiplicação de mulheres mais maduras com garotos jovens. Está aparecendo uma nova leva de mulheres no mercado. As que tem um pênis no corpo feminino. Reverência a elas!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Perdas e ganhos


Ser acordada pelo despertador,cara lavada e sabendo o longo dia que me espera é um pouco desanimador.
Em geral, parto para a Polyana e penso: "Que bom ter um emprego, um marido que amo e filhos saudáveis". E assim levo a vida há muitos anos.

Como gostaria de ter mais tempo para mim. Tantas coisas que ainda quero fazer, livros que quero ler, filmes que quero assistir, receitas que quero experimentar, amigas que quero encontrar.

Quando foi a última vez que fiquei de pernas pro ar com controle remoto na mão? Quando foi a última festa que fui sem me preocupar com o dia seguinte?

Ganhei outra vida ainda nesta vida. Não há tempo para lamentações, os ponteiros estão girando. A perda e o ganho estão sempre unidos e dando um sorrisinho irônico pra gente.

Solidão na vida a dois

A solidão na vida a dois é algo que sempre me intrigou. Não me parece tão incomum pessoas viverem relações assim. De total presença física e ainda assim se sentirem sozinhas.

Por que as pessoas chegam a este ponto? Ainda pior, por que elas mantem relacionamentos assim? Por puro comodismo? Dependência? Baixa auto estima?

Claro que existindo crianças na casa, haverá sempre a falsa impressão de falta de solidão e de tempo preenchido.

O que buscamos num companheiro? Amor, carinho, compreensão, companheirismo, afinidade, sexo, aconchego. Como podemos aceitar menos ou parte disso?

Precisamos acreditar mais no nosso taco, ter mais amor próprio e independência.
A primeira lição a ser aprendida é que não dependemos de alguém para sermos felizes.
Não vale a pena desperdiçar juventude ou anos desta vida já tão curta em um relacionamento falido.

É preciso se dar a chance de encontrar a tão sonhada felicidade a dois ou mesmo a felicidade de estar bem consigo mesmo.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Entendendo os homens

Nunca vou conseguir entender os homens.

Nós, mulheres, carregamos a fama de sermos geradoras de discórdias, encrenqueiras, complicadas e muito mais.

Porém, analisando o sexo oposto fico cada vez mais confusa.

Como eles podem ser tão racionais?
Por que em um piscar de olhos tornam-se os seres mais grossos do mundo?
Quem pode me explicar toda a perversão masculina?
E esse incômodo em gastar dinheiro?
E a longa "TPM" deles quando estão com algum problema no trabalho?
Aliás, por que o trabalho é algo a ser discutido e relacionamento não?
E quando você acha que está sendo super compreensiva e ele te vê como ciumenta, neurótica e insegura?
Por que eles nunca fecham a tampa do vaso? No meu caso é ainda pior!!! O homem que mora na minha casa não fecha a loção de barbear, as portas dos armários e larga roupas e sapatos pela casa.
Por que alguns viram Shrek aos domingos?
Por que eles não tentam nos compreender de fato?
Odeio o orgulho masculino. Custa desculpar-se ou simplesmente reconhecer sua falha?
E o egoísmo dos homens?
Por que eles acham que podem nos compensar com dinheiro?
Por que são tão pró ativos na vida e zero iniciativa dentro de casa?
Por que topam tudo quando estão motivados a "pegar mulher" e depois de um tempo mostram suas verdadeiras vontades e desejos?

Não sei não... Se eu continuar a escrever tudo que vem pela cabeça, nunca mais volto pra casa.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Castelo de cristal


Meu marido volta e meia manda a pérola: "casamento não é fisológico".

Odeio quando ele fala isso, mas sei que é a mais pura verdade. Como pode dois seres viverem embaixo do mesmo teto e ainda por cima terem que ser felizes no meio da rotina e com todas as suas diferenças? Não sei como pode, mas quero!

Devo viver num mundo a parte ou sofro mesmo do complexo de princesa. Acredito tanto no "felizes para sempre", embora eu saiba que não tem que ser a qualquer custo.

Criei um castelo onde tem o príncipe (às vezes sapo), a linda princesa e seus filhotinhos comportados e bem educados. O que pode dar errado numa união com amor e desejo de estar junto? TUDO! Um simples "bom dia" mal humorado pode colocar em xeque o relacionamento. Não somos 100% tolerantes em nada, menos ainda com as pessoas que temos intimidade.

Não há receitas prontas, não há respostas para todas as perguntas e inseguranças que geramos internamente. O que deve haver é o desejo mútuo de permanecerem juntos e felizes.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Medo da adolescência

Meus filhos são ainda pequenos, mas já ando tendo fobia da adolescência.

Fui um dia desses, com eles, a um show de uma banda teen (o que uma mãe não faz pelos filhos?). Quando vi, lá estava eu entre muitas menininhas histéricas. Ficamos numa área VIP e antes do show fomos até o camarote da tal banda que meus menininhos adoram e conhecem todas as letras de cor. A banda é composta por uns quatro garotos, cheios de piercings, cabelos emo e vestindo calça skinning abaixo da bunda. Isso mesmo! A cueca ficava TODA de fora, uma blusa que tampava parte da bunda e só bem abaixo é que a calça começava. O vocalista era uma esquisitisse só. Confesso que tentei agir com naturalidade, mas quem me conhece sabe que tenho dificuldades em disfarçar minha estupefação.

Passado este momento de fã com direito a fotos e blusa da banda, fomos assistir ao show. A cada 5 minutos uma menina era carregada para enfermaria. Durante o show, vi pelo menos umas dez sendo carregadas. Estranhei aquilo, pois não tinha bebida alcólica sendo vendida. Não resisiti e perguntei aos seguranças o motivo daquilo tudo. Foi então, que soube que as garotas de hoje passam o dia sem comer, num calor daqueles do Rio e uma hora desmaiam.
Putz. Tô velha! Na minha época, éramos magras naturalmente. Se alguém caísse num show era por abuso de álcool ou algo a mais. Nunca tive amigas que passassem o dia sem comer.
Ah... Os garotos! Eles eram muitos, também, mas beijando garotas diferentes. Só faltava um cronômetro para poderem marcar o tempo entre uma menina e outra que beijavam.
Voltei pra casa me achando tão feliz por ainda vestir meus filhos do jeito que gosto, escolher o corte de cabelo, determinar a hora de dormir e ainda por cima ser vista por eles como a mais linda de todas.

Virei mulher


Quando me dei conta estava eu cheia de responsabilidades com uma casa a gerenciar, uma empregada, filhos, marido, um emprego e ainda por cima tendo que ser impecável em tudo. A mãe-modelo, a mulher-parceira e amante ideal.

Em que momento cresci? Qual parte ficou tão lá atrás que mal me lembro da minha vida antes dessa?

Em que fase da vida parei de ser dona do meu tempo? Após a maternidade com certeza! Porém, antes disso eu já não ditava mais as regras. Já havia muitas cobranças e compromissos para ser uma pessoa bem aceita na sociedade. Já tinha que interpretar diversos papéis.
Longe de mim querer viver de lembranças ou simplesmente jogar tudo pro alto para ter uma nova vida. Mas seria tão bom se existisse um botão "pause". A vida seria mais lenta, eu menos estressada e ansiosa.