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terça-feira, 12 de outubro de 2010

Apenas uma horinha





A frase da discórdia foi assim: " É pedir muito ter uma horinha para mim? Aos sábados e domingos, usá-la para jogar meu tenizinho e malhar!".


Na hora, pensei que ele sequer ofereceu a minha horinha também. Como os homens podem achar que têm mais direitos que a gente? E ainda pior: essa mísera uma horinha vira três horinhas frequentemente.


Enfim, resolvi que daquele dia em diante eu jogaria no lixo a minha CULPA familiar. Exorcismo nela! Já fico MUITO com meus filhos e família, dou meu tempo com qualidade e minha vida a eles, então, por que ainda tenho que ter uma nuvenzinha negra em cimas das fotos quando estou me divertindo sem eles?


Dei um fim a gastar minhas horinhas de final de semana abastecendo a geladeira e fazendo programas que sou coadjuvante. Eu também terei minha horinha com a folguista trabalhando ou não.


Redescobri como é bom termos nosso tempinho e nossa individualidade, mesmo que seja para dolce far niente. Prescrevo a todas.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eu lembro da sua tatuagem, mas não lembro de você.




Eu, como muitos brasileiros, não alterei meu endereço no TRE e continuo votando onde morei a maior parte da minha vida. É sempre um bom pretexto para visitar minha mãe, rever algumas amigas e acreditar que nunca serei chamada para ser mesária agindo desta forma. Parece até que o TRE tem um sistema que ele pune os que atualizam seus endereços! Seja lá o que for, não arrisquei. Ainda.

Um amigo de adolescência que também vota na mesma seção que eu comentou: "Sempre é bom dar uma olhada, também, nas pessoas e nos nossos ídolos da época. Todos envelhecendo e alguns tão acabadinhos, estamos bem, Lívia".

Pensei que ele estava coberto de razão. Muitas beldades ganharam peso, envelheceram mal. Só que lá dentro ouvi uma voz: "Você, também, querida! "

Digamos que fui votar meio disfarçada, pois o medo falou mais alto.

Quando tinha 16 anos fiz minha primeira tatuagem: local virilha. Ali eu considerava um lugar seguro, pois seria uma região "livre" do envelhecimento, fora que poderia estar escondida quando eu bem quisesse. Bom argumento. Não foi bem assim que a região se transformou e muito menos a tatoo... Porém, lembro de outras meninas que faziam nos seios, na bunda, na barriga, pernas.

A cena das ninfetas na praia com seus corpinhos em dia, tatoos moderninhas e ousadas ainda é recente na minha memória e eu lá inserida no grupo sorrindo, exibindo-me.


Imaginem a cena 20 anos depois. E mais 20?

















Há pessoas que agem como psicológas ou curandeiras, em nossas vidas . Elas têm o dom de abrir nossos olhos e nos fazer enxergar cenários embaçados.
Algumas , ficam um tempão em nossas vidas e outras participam ativamente do nosso progresso e evolução, tornando amigas de longa data.

Óculos novos e com eles mudanças significativas em nosso olhar e análise.

Adoro ter essa segunda chance.

A vida sempre vale a pena.