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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

É natal


Lembro com um enorme carinho os muitos natais que tive na minha infância. Vivia a ansiedade dos presentes, da ceia, do presépio da minha avó e de estarmos todos reunidos. Minha mãe era a chef da grande noite.

Momentos felizes aqueles com meus pais e avós! Verdadeiro retrato de família.

Conforme eu ia crescendo o encantamento diminuía, assim como a família. E o natal foi ficando triste e nostálgico na minha memória, tornando-se uma data marcada pelo consumo e comilança. A minha expectativa maior era o ano novo, pois naquela data me divertiria para valer.


Meus filhos me devolveram a magia natalina. Que prazer viver o natal com eles! Decorarmos a casa juntos, a árvore de natal, escrevermos a cartinha do Papai Noel, marcarmos no calendário os dias que faltam para nossa grande noite e acima de tudo fazê-los entender o verdadeiro espírito do Natal: o amor que Jesus nos mostrou.

Meus presentes de natal são meus meninos e o despertar da família que renasceu junto com eles.






terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Envelhecer com dignidade


Três senhoras diziam estar envelhecendo com dignidade, em uma entrevista recente, a uma revista que leio semanalmente. Elas foram pioneiras nas areias de Ipanema antes mesmo do Rio ter suas musas de Ipanema. A dignidade do envelhecimento foi descrita como manter os cabelos brancos e serem 100% originais, ou seja, deixar a bel prazer do tempo. Simplesmente deixar acontecer.

Reli o texo e achei tão unfair com as outras senhorinhas mais vaidosas. Seria indigno pintar os cabelos brancos, darem uma puxadinha aqui e outra acolá ou estarem com implantes de silicone aos 65 anos?

Penso que envelhecer na sociedade atual não deva ser bacana fora que é um processo quase degenerativo fisicamente, porém pode ser ser visto com um olhar menos obscuro e ainda assim tirarmos muito proveito dos anos que nos restam estando solteiras ou não, amando ou não, avós ou não, aposentadas ou não, cabelos brancos ou camuflados, com rugas ou botox. Nada disso importa de fato.

Às vezes, parece que estamos numa areia movediça mas filosofo, sempre, pensando que as perdas estão presentes em todas as fases da vida.

Não sei que tipo de senhora vou me tornar.

Talvez eu relute muito em aceitar a velhice. Talvez eu continue tendo a mesma vaidade de hoje ou quem saiba dê menos valor ao espelho e as minhas formas? Talvez contemple a vida que tive e a que ainda me restará com tamanho desapego e felicidade. Talvez meus pensamentos sejam evaporados com o tempo.