Marcadores

receitas (14)

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cantadas




Lembro-me de uma amiga, linda, da minha adolescência que sempre dizia que só os garis e pedreiros falavam gracinhas pra ela. Obviamente, não acreditava naquela lamentação. Eu no auge da minha beleza (pelo menos eu achava) ouvia cantada de todos os pedreiros, garis, porteiros e garotos bonitos, também! Naquela época, detestava ouvir elogios de homens que eu considerava "sem chance" alguma e ficava tão furiosa que muitas vezes insultava-os.
Quando saí do Brasil, pela primeira vez, percebi que lá fora eu não era tão celebridade assim. Mal era notada entre um guindaste e outro. Não era uma queixa, apenas constatei a diferença cultural.
Na minha temporada francesa, descobri mais uma vez que os homens não veem você passar, eles não te percebem no meio da multidão. Mulher lá é igual mulher de melhor amigo: bigoduda. E elas se sentem muito agredidas ao receberem onomatopeias pela rua.
Onde mais você atravessa a rua e o motorista de ônibus pisca a lanterna pra você e te manda beijos? Em que outro lugar os homens sofrem tanto de torcicolo como os daqui? Não importa a classe social e tem sempre um virando o pescoço para olhar melhor o "derrière". Chega a ser divertido.
Apesar de nunca ter gostado de receber cantadas na rua achei estranho não tê-las. E hoje, consigo entender melhor essa cultura do brasileiro.

































quarta-feira, 12 de maio de 2010

Novelas


Já perdi a conta de quantas vezes jurei que não acompanharia mais novelas.

Aos poucos cortei ou fui cortada das novelas das 18h e 19h, horários cruéis para quem trabalha e tem filhos em casa esperando ansiosamente nossa chegada.

No entanto, ainda não consegui me livrar do horário das 21h, acho que sou masoquista. Tem coisa mais insuportável do que acompanhar uma história por 8 longos meses?

"Viver a vida" me tira do sério. Basta começar a novela do mala do Maneco que começo a reclamar de cada cena. Não entendo como pode ter tanta gente chata no mesmo folhetim. E que pessoas surreais são estas?

A novela até aborda temas profundos e nos faz refletir nossos próprios preconceitos. Porém, é difícil engolir cada cena mais arrastada do que a outra.

Tenho uma listinha de grandes incômodos:

1) A Helena é a mais mala da novela
2) Thiago Lacerda e o Rodrigo Hilpert - o que fazem afinal?
3) E aquele Doutorzinho que namora a Japa? Não me convenceu em nenhuma cena
4) De onde surgiu o namorado francês para Tereza?
5) E o Marcos, com tanto dinheiro, charme e mulher à vontade bateu a solidão? Não cola!
6) Qual a função de uma criança malvadinha na trama?
7) E a família da Helena, em Búzios? Quanto ator inexpressivo.
8) E a Camila Morgado? Não imagino a Míriam Leitão daquele jeito.

Enfim, passaria meu dia resmungando...

O bom é que semana que vem começa Passione, mas juro que não vou acompanhar!!!
















quarta-feira, 5 de maio de 2010

Pequenos consumidores



Minhas amigas são sempre fontes de inspiração.

Dia desses, escutei: "Filhos estão sendo criados como pequenos consumidores".

Passei alguns dias digerindo este assunto. Meus filhos não! Será mesmo?

Que cruel a nossa sociedade. Como conseguiremos fazer com que nossos filhos não sejam apenas pequenos consumidores? Como podem crianças tão pequenas já sofrerem pelo desejo do consumo? Crianças não são pequenos adultos. Difícil educar. Missão árdua esta que me meti. Pelo menos não estou sozinha neste barco.

Certamente, não sei a receita exata. Sei que não quero meus filhos escravos do consumo, nem teleguiados pela TV ou com preguiça de pensarem.

As brincadeiras estão cada vez mais roteirizadas e os brinquedos só exigem que se aperte um botão. As crianças se enfadam rapidamente e já querem outro brinquedo para serem felizes.

As crianças não podem só ver e ouvir. Têm que tocar, se movimentar, experimentar o mundo.

É fato que hoje em dia a influência externa é mais forte e estando mais tempo longe de casa é difícil controlá-la. Porém, cabe aos pais um papel de maior destaque. Não devemos ser apenas espectadores da educação.

Não posso mudar a sociedade sozinha, contudo tenho o dever de formar o caráter dos meus filhos que vai muito além de oferecer bens materiais.











segunda-feira, 3 de maio de 2010

La cuisine


Adorei Julie & Julia.



Sou apaixonada por culinária e com sotaque francês mais ainda. Adoraria ser indiferente à gastronomia, assim não teria uns quilos extras atormentando-me.


O filme mostra a convidativa culinária francesa como ela deve ser vista: uma arte com manteiga (Président, claro!). Há também a jovem escritora que escreve sobre receitas em seu blog. Filme leve e gostoso com a sempre ótima Meryl Streep.


Fiquei vários dias inspiradíssima na cozinha até que uma forçada dieta me fez voltar ao mundo real: sem manteiga e sem glamour.


Recentemente, estreou o novo programa do Troigros : "Que Marravilha" em formato reality show. Vários telespectadores mandam E-mail e ele ensina no ar uma receita a este sortudo. Aulinha particular com direito a compras na feira com ele! Uh la la.


Lembraram de mim. Uma amiga, ex-gourmet e ex-tudo (ela agora é mãe de dois filhos bem pequenos, se me entendem) me ligou sugerindo enviar um vídeo para o Claude. Vibrei de emoção. Já me vejo no programa fazendo um cordeiro ou pato, harmonizado com um bom vinho , sugerido pelo chef e eu me sentindo sua assistente. Ora, não sou um mera aprendiz!

No final, eu brindaria e faria como numa entrega do Oscar: "Dedico este prato ao meu marido que sempre esteve ao meu lado em nossas inúmeras apetitosas refeições e quem confiou a mim receitas secretas de família, a meus amados filhos por provarem tudo que cozinho, a minha confraria que me apresentou à nouvelle cuisine e a minha mãe que sempre usou e abusou dos temperos para nos termos juntos à mesa.

Olhos marejados. Sorriso no rosto. Muita emoção.

Preciso emagrecer urgente já que a televisão aumenta nossas medidas.

À bientôt!