Inteligência nutrida

Quando eu era criança, a pessoa mais inteligente do mundo era minha mãe. Ela tinha as respostas certas para todas as minhas inúmeras perguntas e, muitas vezes, recheadas de explicações profundas. Meus olhos inocentes brilhavam de admiração ao ouvi-la.

Conforme os anos se passavam, mais perguntas eu tinha e mais respostas elaboradas ela tinha! Minha mãe era um saco sem fundo, um gênio aos meus olhos. Que mulher intelectual! Tão estudiosa e inteligente. Quanto orgulho eu sentia.

Quando nasceram meus filhos, a esta altura, eu já sabia que minha mãe não era a mulher mais inteligente do mundo, mas morria de medo de não ser para eles como ela foi para mim.

Resolvi começar a seguir os mesmos rituais que tive: Um deles era ler uma história e rezar antes de dormir. Era tão prazeroso vê-los entrar naquele mundo dos sonhos. O único problema é que já faz dez anos que este ritual existe e estou ficando rouca de contar histórias!

As perguntas deles estão muito mais elaboradas do que antes, claro! Nem sempre sei o que dizer e por diversas vezes acho que respondo pobremente às demandas dos meus meninos.

A minha sorte é que depois da minha mãe, tenho ao meu lado a segunda pessoa mais inteligente do mundo: meu marido. Como ele é admirável em todos os assuntos! Chego a achar que ele já nasceu economista, pois sabe fazer contas como ninguém! Sem sombra de dúvida, neste campo, deixo muito a desejar. No entanto, ele me supre. E assim tem sido nos assuntos médicos e em tantos outros que me fizeram apaixonar perdidamente pela inteligência dele e por ele.