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Após quatro meses, voltei a trabalhar! Euforia, sorriso e uma doce conquista. Ganhei mais fôlego para encarar a realidade no cerrado, longe de todos que fizeram parte da minha vida e daquela tal cidade maravilhosa. De bônus dei uma elevada no astral.

Porém, ando tão distante da minha cozinha. No fim do dia, sou possuída por um espírito lesado e me bate uma preguiça daquelas. Será a idade? Nossa! E eu ainda me achando...
Este quadro vai ser revertido em algum momento, eu sei. Como tudo na vida.

Enquanto isso, penso. Se penso logo existo, não é Descartes? E como existo! Voltei a ter um crachá com meu nome impresso, um ramal, um e-mail .au, uma mesa com bastante trabalho e uma chefe, claro! O kit completo de boas vindas ao mundo real.

Faço promessas para a empregada não faltar, suborno as crianças para se comportarem bem e, em breve, farei um pacto com o capeta para eu não ganhar rugas extras. Falando nelas, que horror está sendo envelhecer! Não vai ser nesta vida que terei a felicidade e aceitação de ver meu rosto e corpo se transformando a cada instante. Indo pros quarenta, me vendo com trinta, lembrando dos meus vinte e sendo vista na real é too much para minha cabecinha loura.

Hasta la vista!